Off Topic: Das bobagens do século XXI: aliança de namoro.

Encontrada no dedo anelar da mão direita de meninos, meninas, de 12,15,18,30 anos que possuem um relacionamento do tipo denominado ''namoro'' por 2, 7, 14 meses, a ''aliança'' de namoro está cada vez mais frequente na sociedade.
Reza a lenda que a aliança de compromisso (no caso, casamento) surgiu la nos primórdios da Humanidade onde as noivas usavam para demonstrar que eram ''propriedade'' dos noivso e portanto, não estavam mais disponíveis ''no mercado''. Posteriormente, o anel foi adotado pela Igreja cristã como símbolo de comunhão e fidelidade.

Já nos dias de hoje a aliança tem seu significado totalmente retorcido, simboliza status e até mesmo riqueza material como exemplo na alta sociedade quando comparam-se alianças a fim de descobrir qual representa maior valor financeiro. Mas o fato ainda mais curioso é a adoção da aliança em situações de pequeno compromisso como é a situação de namoro. O que representa a aliança em um compromisso que muitas vezes se torna passageiro? É a materialização de uma cumplicidade que nem mesmo existe.

Pois sim, o namoro pode render frutos maravilhosos que durarão por toda a vida mas também pode acabar depois de um curto ou longo período de existência e, pela falta de comprometimento que o namoro implica, os indivíduos podem, facilmente, optar por nunca mais se verem novamente. É no namoro que começamos a conhecer o outro indivíduo, veja bem, começamos. Pois conhecer uma outra pessoa é um processo longo, custoso e muito mas muito delicado. Pode-se namorar com alguem por anos a fio, se não houver a convivência a dois entre quatro paredes, não há conhecimento pleno entre o casal. Se até morando junto por anos o casal acaba se surpreendendo com a atitude da outra pessoa, imagine aqueles que só convivem algumas horas por dia ou fins de semana. Sejamos convenientes, conhecem-se extremamente pouco.

Conclue-se que namoro é compromisso pequeno, pode ser levado completamente a sério por ambas as partes, mas por si só, não exije que assim seja, pois bem chega-se ao questionamento sobre o ato de usar aliança em um compromisso de tanta instabilidade. Qual é a necessidade que a juventude de hoje em dia tem em materializar o que existe e não existe simplesmente para mostrar para os outros indivíduos o que ''possue''? É a síndrome do pavão, querem se mostrar, querem expor toda a sua vida na esperança de aguçar interesse ou inveja alheia para quê? Se fica claro que eles mesmo não dão valor ao que tem como esperam que outra pessoa dê?

Será que enxergaremos que as melhores coisas não possuem valor material ou continuaremos à materializar tudo o que recebermos em nossa vida? De certo a segunda opção parece mais provável no dia de hoje, mas a humanidade se mostra por vezes imprevísivel, o jeito é agarrar-se a esperança de que, algum dia, em algum lugar, o homem há de abrir seus olhos para o que é intangível e perceber o quaõ tolo têm sido todos esses séculos...